Alunos do 5º Período do Curso de Letras Da Faculdade São MIguel

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Resenha: Filme Pequenas Estrelas na Terra


Resenha: Filme Indiano: “Como Estrelas na Terra” Taare Zameen Par - Every Child is Special.

 

Luciano Gomes

Aluno de Letras Português/Inglês – 1º período

Disciplina: Teoria e Prática de Texto

Prof. Silvana

           

            O filme se passa na Índia, A civilização indiana conta com mais de 5.000 anos e é a maior democracia do mundo. É o segundo país mais populoso, com 936 milhões de habitantes e o sétimo maior do ponto de vista geográfico. Na Índia vive 16% da população mundial; sua população é de 913.070.000 habitantes, com uma densidade demográfica de aproximadamente 275 hab/km2. Embora as condições de vida tenham melhorado em muitas áreas, cerca de um terço da população vive abaixo do limite de pobreza 1. Este é o ambiente em que vivem a maioria das crianças indianas, o contexto por si só justifica a atitude de um pai de dois garotos, criados para serem jovens bem sucedidos no mundo dos negócios. A desumana competitividade do mercado de trabalho, salários baixos e muita pobreza. Estas são as razões pelas quais uma minoria de indianos busca uma educação mais parecida com uma fábrica de máquinas de “super-profissionais”.

            O filme relata o caso de um menino, Ishaan; o caçula de uma tradicional família indiana. O garoto é superativo, e como qualquer criança na sua idade faz bastante peraltices. Entretanto o que preocupa os seus pais é a falta de concentração nos estudos regulares, o menino vive no “mundo da lua” nos intervalos da escola faz pinturas que retratam o seu universo solitário e particular. O que é impressionante, no entanto; é a forma como ele é cobrado pelos pais a que seja bem sucedido nos estudos. Imagine a pressão intelectual e psicológica sofrida por uma criança de apenas oito anos que vive num país em que são falados mais de 1.600 idiomas ou dialetos, compreendidos em 14 grandes grupos. E que o hindu (falado por 30% da população) é o idioma oficial, embora o inglês seja um idioma associado aos assuntos administrativos. Além disto, na índia existem mais 17 idiomas regionais oficiais. 1

            Toda esta pressão a qual Ishaan foi submetido é o produto de uma das funções da aprendizagem e educação, influência direta do meio de vida ocidental, que moldou muitos países asiáticos. Esta função da aprendizagem e educação é definida por (Paín, 2008) como Função repressora da educação. 2 Pain, afirma que, um dos papeis da educação repressora é, permitir a continuidade funcional do homem histórico, ou seja; garantir que este homem sobreviva moldado por um sistema que rege a sociedade. No caso específico de Ishaan, o sistema imprimia de forma esmagadora e em certos momentos violenta a liberdade do ser humano e a submetia um jugo muitas vezes desumano e cruel, esta foi a constatação inclusive do professor Ram Shankar Nikumbh (interpretado por Aamir Khan). O filme vai muito além de tocar na sensibilidade do educador, ele consegue passar uma mensagem de nosso papel como ser humano. O professor Ram Shankar Nikumbh lembra às crianças que Einstein, Agatha Christie, Da Vinci e Tomas Edison eram disléxicos e sofreram na infância. O problema diagnosticado por educadores não está apenas nas crianças; o professor Shankar passou esta mensagem. A pergunta que devemos fazer é a mesma que (ALVES, 2010) fez no seu livro Educação dos sentidos e mais... : “Os saberes que se ensinam nas escolas são ferramentas? Tornam os alunos mais competentes para executar as tarefas práticas do cotidiano? E eles, alunos, aprendem a ver os objetos do mundo como se fossem brinquedos? Têm mais alegria? “

            O que fizeram com Ishaan foi tolher a sua alegria de aprender. Pessoas com dislexia não são incompetentes na aprendizagem, nós é que somos incompetentes em ensiná-las como merecem. O filme retrata que a criatividade artística em disléxicos tende a ser mais aflorada, pela sua maneira distinta com que o mundo é compreendido. Então devemos com disse Rubens Alves, ensiná-los com alegria e fazê-los aprender como se o mundo fosse um “jardim de infância”; ensinar brincando. O papel do professor é de facilitador (não de “dificultador”) no processo de aprendizagem.

            A mensagem deste filme para os educadores é: Que educadores desejamos ser? Qual o verdadeiro papel de um educador na formação de um novo ser humano? O filme nos provoca, nos instiga e nos ensina que toda e qualquer criança é especial, que são como estrelas na terra, e que de forma nenhuma devemos negligenciar a diversidade e preciosidade destas pessoas especiais que fazem do nosso mundo, um lugar muito especial. Como disse (Alves, 2010) a cerca da forma de educar pelos sentidos: “Pense, invente as ferramentas de que necessito para realizar o meu sonho”. 3

 

Bibliografia e fontes:          


2. PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem- tradução Ana Maria Netto Machado - Porto Alegre – Artmed, 1985.

3. ALVES, Rubem. Educação dos sentidos e mais... 6ª Edição. Campinas SP. Ed. Verus, 2010.