O texto escrito pelo pesquisador Edson
Tavares faz uma menção a um dos heteronôminos do escritor português Fernando
Pessoa. Ao escrever suas obras Fernando Pessoa acabava utilizando de um recurso
para designar suas fases de vida, a cada poema escrito, as emoções e
sentimentos até então ali assinados, tinham traços referentes a cada um desses
nomes: Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro. Sendo que o mais
importante para o momento desse texto será o Alberto Caeiro.
Diferentemente de Pessoa, Caeiro tem no
seu olhar para o mundo uma persistência, sem ter que buscar sentidos ocultos,
enfatizando como importante o contato material com as coisas, ou seja, do homem
com a natureza. Enquanto o seu próprio criador Pessoa buscava uma realidade
oculta, de se perder nesse meio e não ter mais volta, com sentimento de
angústia, Caeiro via como leveza essa realidade oculta e a tornava um meio
perceptível¹, de fazer o prendimento ou agarramento do leitor com seus versos
de uma forma bem leve e nítida.
Portanto para Caeiro sensações
peirceana²: como a cor, o movimento e o perfume captados pelos órgãos dos
sentidos, adquirem formas próprias e acabam desgrudando-se dos meios reais, “os
objetos”, dados como exemplos em seus poemas, as borboletas e as flores. É por
essas sensações que começam um olhar para a vida de modo simples, com certa
maturidade e espontaneidade, fazendo a identificação de um Fernando Pessoa em
busca de respostas para seus questionamentos.
Elaborado por José Kleibson da Silva-5° Período-Letras-Faculdade São Miguel
Somente agora, quase dois anos depois, e fuçando a internet, encontrei este breve comentário sobre meu trabalho de mestrado. Ainda assim, fiquei envaidecido com a atenção dada ao que escrevi: de fato, Alberto Caeiro detém o poder mágico de nos mostrar um mundo mais que verdadeiro - porque o mundo de nós mesmos - através do olhar. Obrigado, Kleibson, pelas palavras. Sugiro que leiam todo o trabalho; é muito interessante. Abraço a todos. Edson Tavares
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