Os manuais
contemporâneos definem a semântica com unanimidade quando se refere ao sentido.
Mas seu consenso só vai até aí, pois o campo de investigação da semântica se
apresenta de modo diverso como mostram as três definições a seguir: 1. “A
semântica é o estudo do sentido” (J. Lyons), 2.“A semântica é o estudo do sentido
das palavras” (P. Guiraud) e 3. “A semântica é o estudo do sentido das
palavras, das frases e dos enunciados” (P. Lerat). A história da semântica é
tributária das grandes correntes teóricas, cada uma com suas peculiaridades que
surgiram com intuito de estudar cientificamente a linguagem, dentre elas destacam-se:
1.Período evolucionista, a semântica Lexical Histórica – Nos finais do século XIX, os estudos
semânticos eram dominados pela tendência geral da linguística histórica de
inspiração darwinista, em que se tomava como objeto de estudo a mudança de significado
da palavra, segundo uma perspectiva diacrônica, ou seja, a descrição de uma
língua ao longo da história com as mudanças que sofreu. Este período teve como principal representante Michel Bréal. 2. Período
Estrutural, a semântica Lexical Sincrônica – Nesse período houve rivalidade
entre a abordagem evolucionista com a nova abordagem sincrônica que procurava
entender a estrutura da linguagem como um sistema em funcionamento em um dado
ponto do tempo. A linguagem estrutural européia lança raízes na dicotomia entre
a língua e a fala. Essa virada concebe as palavras não mais como simples
denominações, cujo sentido é tributário de conceitos preexistentes, mas como
elementos de um sistema de relações lexicais, de onde eles extraem sua
significação diferencial. O novo modelo suplantou a concepção evolucionista,
mas sem invalidá-la. 3. Período das Gramáticas Formais, a Semântica Frástica
- A semântica gerativa situa-se entre 1963 e 1965. Nesse período o campo da
semântica foi transferido do léxico para as frases, tendo por principal centro
de interesse as relações entre as estruturas sintáticas e semânticas das frases.
O gerativismo desenvolveu uma linguagem formal baseada em modelos lógicos - matemáticos
que inaugura uma ciência linguística rigorosa, que determina como tarefa
própria a construção das gramáticas formais das línguas conhecidas. A busca de
um modelo de competência reacende o interesse dos linguístas pelos mecanismos
cognitivos dos quais dependem o aprendizado das línguas e o funcionamento da
linguagem humana. Desse modo, é que se inicia uma aproximação entre linguístas,
psicólogos e biólogos, que abre caminho ao futuro campo interdisciplinar das
ciências cognitivas. 4. Período das Ciências da Cognição, a Semântica
Cognitiva – Que ficou em evidência nos finais da década de 70 e apresentou uma alternativa à concepção
artificial idealizada da língua como concebe a gramática gerativa. A semântica
cognitiva procura descrever a funcionalidade da língua no processo comunicativo em
paralelo a uma representação de mundo em movimento, voltando atenção
especificamente ao dinamismo mental no processo de construção do pensamento.
Com isso, a semântica cognitiva encontra apoio nas orientações de outras
ciências, como a psicologia e a psicolinguística.
POSTADO
POR CHERLA PATRÍCIA DA SILVA
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